Argumento
"O prazer da imagem...
O prazer da escrita...
Para cada escritor, para cada interpretação, um desenhador diferente.
Depois de "Sade" e a voragem do seu imaginário, revisto pelo talento de Grffo e antes de "Pasolini" de Massimo Rotundo, eis o traço claro, o discurso nítido e sem floreados de Ernest Hemingway. Hemingway na hora em que o corpo das mulheres se torna um último refúgio, uma última etapa, antes do esquecimento.
Hemingway em Cuba, os bares duvidosos, um quarto ao lado do seu, onde dormitam dois assassinos desiludidos de tudo.
Hemingway roído pelo passado, as últimas caçadas perante as neves eternas do Kilimandjaro.
E a morte do leopardo que levou tudo atrás de si, o desejo de uns, a loucura de outros...
O talento de Marc Malès evidencia-se aqui. Nota-se na curva de um enquadramento seco, fechado sobre um rosto, um olhar, tal como pode jogar sobre o rebentamento febril de espaços com horizonte sem fim...
Jean Dufaux, como escritor da imagem, revisita com brilho as trajectórias artísticas e aventurosas de alguns dos mais importantes criadores do século."